quarta-feira, 21 de março de 2012

VIOLÊNCIA URBANA: como se proteger

Abertura do livro VIOLÊNCIA URBANA: como se proteger lançado por Elson Matos da Costa, Delegado Geral de Polícia, Coordenador/Professor de TAP - Técnicas de Ação Policial tendo sido Chefe da DAS - Divisão Antissequestro e Do DEOEsp - Departamento Estadual de Operações Especiais - elsonmatos@uai.com.br

INTRODUÇÃO

Estamos vivendo um momento muito delicado em nosso país no que diz respeito à segurança pessoal. A cada dia que passa crimes e mais crimes violentos são praticados e muitas das vezes não acreditamos que o homem possa estar cometendo tantas barbaridades.

Num dia são vítimas que tem as cabeças cortadas assim como os dedos, outra são os casos dos pedófilos, numa outra reportagem tomamos conhecimento de pessoas que reagiram ou apenas fizeram um gesto brusco e foram mortas. Em São Paulo uma Advogada foi encontrada morta dentro do seu carro no fundo de uma represa e o ex-namorado foi indiciado como um dos suspeitos deste homicídio. E assim vai caminhando a nossa sociedade desnorteada sem saber por onde andar.

Ao tomarmos conhecimento de que um grande astro do futebol brasileiro, goleiro do time de maior torcida no Brasil, Flamengo, teria sido envolvido assim como outras pessoas como suspeitos em um crime bárbaro, a tendência é desacreditar na humanidade.

Muitos acabam se recolhendo aos seus lares e desanimam de ir a um cinema, teatro, museu, parque, barzinho, estádio de futebol, etc. Isto tudo pela insegurança que o mundo está causando a todos nós.

Nesta violência crescente os marginais acabam aperfeiçoando os seus métodos. Pode ser que não pareça, mas eles fazem um planejamento antes de atacar, ou seja, estudam as suas ações. Aquele “ladrãozinho” de sinal que aproveita da fragilidade da vítima que estiver desatenta no carro antes de se aproximar ele verificará se haverá possibilidade de ter algum ganho, de que não haverá reação e que poderá fugir tão logo tenha os bens em mãos.

Este é o seu planejamento, e com certeza irá selecionar alvos mais vulneráveis. Assim, os menos cautelosos serão com certeza aqueles que serão atacados.

Então podemos dizer que o crime não acontece por acaso, antes de atacar o bandido observa a sua vítima e faz o ataque inesperadamente não havendo tempo para reação. Para tanto ele observa atentamente a sua vítima antes de tomar qualquer iniciativa. Olha para os lados preservando a sua segurança e verificando que aquele é o momento, parte para o roubo. Sempre ou quase sempre irá apanhar a vítima de surpresa.

Pode ocorrer de não haver um planejamento quando o marginal estiver drogado. Ele agirá sem pensar nas conseqüências. O drogado não planeja suas ações, verificando uma oportunidade ele agirá independente das conseqüências que virão. Mas isto não é o que acontece normalmente. Aquele que vive de grandes e pequenos furtos/roubos pesa todos os fatores. Ele irá verificar se o ataque que vai empreender encontrará facilidade, observará as rotas de fuga para não ser apanhado, se o alvo oferecerá algum tipo de resistência e se o bem que ele procura lhe proporcionará um ganho fácil.

Por isto a importância de saber o que se passa na cabeça do marginal, como ele planeja, age, foge. Se entendermos isto ficará mais fácil nos livrarmos de um possível ataque. Para isto precisamos praticar segurança no dia a dia. E não existe nada de especial em pequenas regras que devemos seguir em nossa vida diária. Se recorrermos ao bom senso evitaremos um sem número de aborrecimentos.

A nossa segurança pessoal e residencial tem muito a ver com VÍTIMA X ROTINA DE COMPORTAMENTO. Como o aumento da violência e da criminalidade é uma preocupação em nossa vida atual devemos nos perguntar: Estamos todos expostos ao perigo da mesma forma? Digo e reafirmo que não, depende da forma como vemos o problema da segurança pessoal.

Será que todos estão expostos ao perigo da mesma maneira? Ao sairmos do conforto de nosso lar sempre haverá a possibilidade de que sejamos abordados por algum marginal caso não adotemos nenhuma precaução. Desta forma fará uma enorme diferença a maneira como andamos na rua, como dirigimos, como saímos e chegamos a nossa residência. Por exemplo, abrir o portão de casa sem antes checar de verdade quem está apertando a campainha. Será mesmo o carteiro, será mesmo o leitor da companhia de energia ou de água?

Portanto a finalidade de nossas recomendações é de como vamos nos portar daqui por diante em nossa vida corrida neste mundo maluco. Isto não lhe tomará tempo, será apenas uma questão de se adaptar aos hábitos já adquiridos há muito tempo e que você não quer largá-los por comodidade. Uma mudança na sua rotina lhe fará muito bem, pois não se sentirá tão ameaçado.

Você tem de entender que não se cuidando tornará um alvo em potencial já que os menos cautelosos se tornam aqueles que serão abordados. A mídia está sempre nos mostrando onde ocorrem os atentados e como ocorrem, então precisamos estar atentos a estas ocorrências. Aprendendo com o erro dos outros ficará mais fácil a prevenção. Então vamos minimizar os riscos que corremos já que é possível fazer isto.

O objetivo principal das recomendações que damos a seguir é para que os grandes empresários não vejam um parente envolvido em uma extorsão mediante sequestro assim como trabalhadores, pessoas comuns, comerciantes não caiam na conversa de algum estelionatário ou mesmo tenham as suas residências ou estabelecimentos invadidos por marginais. Optamos assim em transmitir estas informações em uma linguagem clara, de fácil acesso e entendimento por todos.

Da mesma forma estas orientações são importantes para o policial já que devido a sua atividade de risco pode se ver envolvido tanto na área profissional quanto na de cidadão comum e nesta pode ser que esteja junto com sua família. Assim a preocupação de que também os nossos colegas tenham estas recomendações bem presentes em seu dia-a-dia.

Ao leitor fazemos uma recomendação de que ao lerem este livro tenham em mente que o mesmo foi elaborado pensando no cidadão comum como também no policial. Assim os capítulos são destinados aos dois e alguns são específicos aqueles que trabalham com uma arma de fogo e tem a obrigação de proteger a sociedade. Pretendemos desta forma transmitir a todos, cidadão e cidadão policial informações de como trabalham estes últimos e as preocupações e dificuldades por que passam quando num confronto armado e assim entendam quando existe a morte de um marginal que atentou contra a vida daqueles que defendem a nossa sociedade. Todas as recomendações existentes aqui são frutos de nossa experiência profissional na DAS - Divisão Antissequestro e DEOEsp – Departamento Estadual de Operações Especiais assim como Coordenador/Professor na ACADEPOL/MG – Academia de Polícia Civil de Minas Gerais na disciplina de TAP – Técnicas de Ação Policial portanto, embasado em muitas ocorrências das quais tivemos a oportunidade de participar e assim dividirmos com o público em geral o nosso conhecimento.

Espero que apreciem a leitura e utilizem em suas vidas diárias os conselhos aqui esposados e possam ter uma vida um pouco mais tranqüila em relação a segurança pessoal dividindo isto com seus familiares.

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